quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Já te disse hoje que gosto de ti?

Foto de Ellen van Deelen
Um café! Acordou-me devagar, ainda não refeito de uma noite dormida à pressa. Dei os primeiros passos cruzando-me com pessoas conhecidas, que, alegremente, me davam um inusitado “Bom – Dia”. Respondi a todas com um gémeo cumprimento. Ficou-me a energia, revigorante, das pessoas com que me cruzei!
Meditei… antes nunca tinha pensado nesses pormenores, levava a vida a correr, num contra relógio contra o tempo, o meu tempo, em suma, contra mim.
Deixava passar os minutos, sem reparar neles, apenas reparava em algumas horas porque a sociedade me habituara aos horários preestabelecidos…
Não era eu! Não o verdadeiro eu…
Mas naquele dia, tudo seria diferente, mesmo que o meu exterior não o revelasse, mesmo que o meu rosto não o expressasse, era um dia diferente.
O dia da consciência! O dia que quebrava a barreira das oposições e conseguia entrar na essência do meu Ser, concedido pelos meus semelhantes que comigo conviviam diariamente.
Um café, mais um, para competir com tamanha alegria que sentia. Tinha-me revelado. Finalmente tinha entendido o sinal…o simples sinal de que podes ser tu mesmo se assim quiseres!
De alegria incontida, procurei-te, sim a ti que lês as minhas singelas palavras, a ti e a ele, e a ela, pela mensagem que não cheguei a mandar e pelo telefonema que pensei fazer, pelo e-mail que ficou por escrever, pelas várias possibilidades… mas acredita que te procurei, sei que sentiste essa energia e não ligaste, um arrepio, um vento suave ou um calor passageiro, era eu a tentar abrir a linha da nossa comunicação para te questionar, livre e abertamente, sem malícias ou secretos desejos, sem que fosse preciso uma resposta pronta e composta… e no tempo livre que gastei a viajar pelas pessoas, uma a uma, adornando as suas qualidades, deixei-me ficar aqui, sentado neste banco de jardim, etéreo, de lápis na mão a escrever no meu caderno dos desejos… vezes sem conta a frase repetida na minha mente…
Já?
Já te?
Já te disse?
Já te disse hoje?
Já te disse hoje que?
Já te disse hoje que gosto?
Já te disse hoje que gosto de?
Já te disse hoje que gosto de ti?
Já te disse hoje que gosto de ti? Já te disse hoje que gosto de ti? Já te disse hoje que gosto de ti?
E o meu pensamento, afectuoso, sussurrou ao teu ouvido…



No próximo dia 27 de Setembro, pelas 15 horas, no Auditório da Câmara Municipal da Amadora, vai ser o lançamento do livro do escritor Paulo Afonso Ramos, Mínimos Instantes, pela Edium Editores.

A apresentação da obra e autor estará a cargo do poeta Xavier Zarco. No decorrer do evento serão declamados poemas do livro por Dionísio Dinis e interpretados trechos musicais por Sandra Rodrigues. Mínimos Instantes, um livro em prosa poética, construído por instantes intensos, que nos transportam para um universo de sonho. Uma forma de fugir ao quotidiano e de seguir pelo caminho da esperança, numa reflexão inconsciente, através de excelente leitura.

Podemos sentir cada mensagem intimamente, num excelente exercício onde se mistura o prazer de ler, e o de saciar a alma, num mesclado de curiosidade e aprendizagem, levando-nos, em alguns casos, a embarcar numa viagem inesperada.

4 comentários:

  1. Olá, Pedra Filosofal
    Entendi como BONITA a divulgação, no seu blogue, do lançamento do livro do Paulo. O meu blogue, em início de vida, tem várias dedicatórias e já fui criticado por ser um sedutor(!?)
    O seu blogue agradou-me, e, as suas palavras...

    ESCRITA BORRADA

    A Vida
    Borrou a minha escrita
    Com os pingos negros
    Escorreram para o chão
    Todas as minhas tentativas
    De poemas medíocres
    Logo lambidas
    Por uma esfregona de trapos...

    Um abraço.
    António

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  2. Ótima crônica, prezada amiga.
    Desejo sucesso ao lançamento do livro do seu amigo.
    Um beijo!

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  3. Parabéns ao Paulo e muito sucesso para o livro.

    Será um grande acontecimento, sem dúvida alguma... farei os possíveis para estar presente.

    Bj para ti, abraço ao Paulo
    Luis

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  4. Parabéns ao Paulo e a ti amiga pelo incentivo dado aos teus amigos.

    Pérolas incandescentes de carinho amigo e luz entrego em tuas mãos.

    Eärwen

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Por falta de tempo nem sempre poderei retribuir a sua visita ao meu espaço, mas agradeço-a desde já.