Foto de Wil de la Cruz Rio de sal que desliza,
Na encosta suave...
Dança no seu leito, em contornos perfeitos...
Brilha como diamante, na luz que trespassa,
Reflexos que acendem rastilhos a quem vê,
Prisma de cores em encantos puros,
Majestoso e simples...
Nas gotas que caem e caem num espaço infinito...
Auras que cintilam em pérolas de pequenas estrelas...
Intemporais, deslizam num tempo que abraça.
Poderoso rio de sal que caminhas sem parar,
Que corres, lentamente, no lento morrer dos dias,
Vazio, cheio de tudo,
Sentimentos puros de tempestades vividas...
Batalhas ganhas e perdidas, que alimentam o crescimento,
Marcas de diferenças no estado de espírito que alimentas,
Numa alma que espelha o coração, que bate em seu peito,
Compasso de harmonia em ritmos perfeitos.
Gotas perfeitas de gosto amargo e doce...
Com o sal que tempera o sentimento,
Transportas uma vida com sentido,
Num sentido que é dado à vida...
Como palavras por vezes esquecidas...
Que a boca não diz, que morrem no tempo,
Névoas que envolvem e que, timidamente, escondem,
Refúgios sempre presentes em guaritas bem guardadas,
De sílabas perdidas de mensagens tantas vezes escritas,
De poemas que se soltam ao vento...
Rio de sal que deslizas,
Porque és feito de lágrimas, que caem lentamente...
Sensibilidade de quem chora, e sente.
Poema de Luís Ferreira que, com a chancela da Edium Editores, irá apresentar o seu segundo livro de poesia, "Rio de Sal", no auditório da Biblioteca do Barreiro, no próximo dia 17 de Maio pelas 17.00 horas.
Sobre a obra escreve Xavier Zarco prefaciador e apresentador da obra:
"Um registo poético impetuoso, porque mesurado por um olhar grávido de espanto, tocado pelas mãos onde brota o poder de criar, erguido por palavras essenciais. Rio de Sal é um livro, uma teia poética, que, mais do que para ser lido e meditado, é para ser lido e sentido". (retirado do site da Edium editores em http://ediumeditores.blogspot.com/) Estão todos convidados a assistir.