Existem horas que somente a fé pode nos segurar
By Eärwen Tucalkelumë
Pedra Filosofal
Desde que o ser humano existe como espécie que a sua vivência é povoada por fantasmas.
Nos primórdios os fantasmas teriam a ver, apenas e só com a sobrevivência. A próxima refeição, o frio e como escapar aos predadores. Estas deviam ser as três preocupações fundamentais.
Com o nosso crescimento enquanto espécie, estes fantasmas foram-nos acompanhando. Mas, para além destes, surgiram novos fantasmas, novas preocupações.
Hoje em dia o ser humano é assolado com preocupações de vária ordem. Mantemos os fantasmas iniciais mas ganhámos mais. Hoje, e na maioria das culturas, não precisamos de ir à caça para arranjar a refeição seguinte. Basta irmos ao supermercado e a troco de dinheiro levamos a comida para casa (e quantas vezes já pronta a pôr na mesa). Se temos frio basta vestirmos mais um casaco, e o problema está resolvido. Infelizmente estas premissas não são válidas em todo o mundo. Ainda há pessoas a passar fome e pessoas a quem o frio mata por não terem um agasalho.
Já em relação aos predadores o problema mantêm-se. Hoje não são os animais (enquanto espécie) que nos preocupam. São outros seres humanos que se transformaram em predadores. Seres humanos que são capazes de maltratar, de violar, de matar crianças. Este é o predador que mais me assusta. Não há dia nenhum em que eu não pense que os meus filhos podem vir a ser vítima dum predador desta espécie. Longe vai o tempo em que as crianças brincavam na rua sem que os pais tivessem receio de não as voltar a ver. Um fantasma que assola a minha existência todos os dias.
Mas há mais… mais fantasmas que me visitam todos os dias. Por culpa da nossa incúria enquanto seres humanos, a nossa casa, o nosso mundo está a sofrer alterações que podem ser irreversíveis. Vejam as alterações climatéricas. Invernos mais rigorosos ou inexistentes. Neve em zonas onde nunca tal tinha acontecido. Verões quase insuportáveis. Que futuro vamos ter a nível climático? Ninguém sabe.
Estes são os fantasmas que mais me visitam. Os que me preocupam. Não creio ser a única a ter estas preocupações. Faço o que posso para acabar com eles. Era bom que todos fizessem um bocadito. Como alguém disse, cada um de nós é apenas uma gota no oceano… mas o oceano seria menor se lhe faltasse essa gota.
Hoje trago-vos duas frases que se completam, acerca da aprendizagem
Para Juan Luis Lorda "Quem ama a verdade, procura formar a consciência: conhecer os princípios morais, pedir conselho a pessoas rectas e com experiência; não considerando humilhante que nos corrijam. De facto, os outros observam-nos de fora e com mais objectividade do que nós mesmos. Também é preciso tirar experiência dos próprios actos, examinar-nos com frequência (diariamente) e corrigir os erros. É preciso ser humilde para reconhecer os erros e rectificar, mas isso dar-nos-á também uma grande sabedoria, e capacidade de ajudar os outros também.”
António Paiva completa dizendo que "Foi isto que me ensinaram: difícil não é errar, isso todos sabemos fazer com maior ou menor perícia; difícil é ter consciência do erro e suas consequências e transformá-lo em aprendizagem porque a isso se chama viver! - Obrigado A.C."
O António, quer pela forma como escreve quer pela pessoa que é, teve direito a um crachá especial. É também um dos autores que mais admiro. Do nada ele escreve verdadeiros tratados literários com os quais tenta ensinar-nos mais alguma coisa.
Além da forma como escreve e da qual sou fã incondicional, o António tem outro mérito. Já editou 3 livros e dos 3 abdicou de cerca de 90% dos direitos de autor a favor de diversas instituições de solidariedade social, como podem ver no blogue http://dos-meuslivros.blogspot.com/
Se visitarem o blogue http://coisas-do-burro.blogspot.com/ vão ficar a conhecer o António e a sua escrita.
Amigos são como músicas.
Eles entram na nossa vida
E deixam sinais.
Como a sonoridade do
vento ao final da tarde.
Como os ataques de guitarras
e metais presentes em
cada clarão da manhã.
Amigo é a pessoa que está
ao teu lado e que vais
descobrir,
olhando no disco do olhar.
Procura escutar:
Amigos foram compostos
para serem ouvidos,
sentidos, compreendidos,
interpretados
Para tocarem as nossas vidas
com a mesma força do
instante em que foram criadas,
para tocarem as suas
próprias vidas com toda essa
magia de serem músicas.
E de poderem alcançar todos os voos,
de poderem cumprir todas as notas,
de poderem cumprir, afinal,
o sentido que lhes
foi dado pelo compositor.
Amigos são pessoas como TU.
Amigos têm que fazer sucesso...
Mesmo que não estejam nas paradas;
Mesmo que não toquem no rádio
o importante é que toquem o coração…
Viajei pelo meu mundo numa tentativa de descobrir quais as razões que me levam a ser quem sou.
Descobri algumas razões fundamentais. A família, claro. Muito importante e da qual falarei um dia destes. E os amigos. Aqueles amigos que são verdadeiros, amigos pelos quais eu faria e faço qualquer coisa. Aqueles amigos que eu sei que, se precisar, fazem qualquer coisa por mim.
Mas não são apenas amigos. São amigos com determinadas características.
Começo por dizer que nunca gostei de bajular e muito menos os amigos, dizer-lhes apenas aquilo que querem ouvir. Se não gosto, se não concordo digo. Porque eles merecem saber a minha opinião, seja lá ela qual for.
Elogios, criticas construtivas, avisos, alertas. Tudo é permitido numa amizade. Numa verdadeira amizade.
Com os meus amigos, aqueles que importam e que se importam, eu sei que posso dizer o que acho e que não vou ser mal interpretada porque eles sabem que o digo apenas porque quero o bem deles. Assim como eles o meu.
Não quero com isto dizer que lhes imponho a minha vontade. Não. Simplesmente lhes digo o que acho. Depois de dar a minha opinião não os tento converter ao que eu acho. Ao invés, tentamos chegar a um acordo. Nem que seja para acordar que discordamos.
A partir do momento em que a decisão está tomada, seja ela qual for eu apoio. Mesmo que não concorde. Mesmo que ache que vai correr mal, que é uma asneira. Eu apoio como se concordasse e nunca direi eu bem te avisei. Se correr mal, estarei, ao lado, a ajudar a que volte ao lugar, com soluções.
Mas, para que funcione, tem de ser nos dois sentidos. Não quero amigos que me digam sempre que estou certa, que concordam sempre com tudo o que faço. Porque sou humana, porque erro, porque me engano. Preciso de ter alguém que me indique os erros que posso vir a cometer se fizer determinadas coisas. E conto com os meus amigos para o fazerem.
Desiludam-se quem acha que amizades assim não existem. Existem sim. Eu tenho amigos assim. Felizmente. Amigos com quem partilho alegrias e tristezas, que sabem o que eu penso antes de eu dizer, que me criticam, que me corrigem, a quem eu corrijo, que sei o que vão fazer antes de me dizerem, que partilham comigo as alegrias e as tristezas. Tenho amizades assim que duram há anos, há mais tempo do que eu me lembro. E tenho amizades que surgiram há bem pouco tempo que são assim.
Outra coisa que estes amigos sabem e que estão habituados é que eu lhes diga que gosto deles. Não custa nada. A mim sabe bem dizer. A eles sabe bem ouvir. Principalmente porque, quando lhes digo, não é da boca para fora, é sentido. É o meu coração a falar-lhes. Não preciso que respondam. Nem que me digam o mesmo. Basta-me saber que, quando o ouvem ou quando o lêem, que sorriem e que sabem que gosto mesmo deles.
Este é o meu mundo. No meu mundo a amizade importa, os amigos são recebidos, todos os dias com o meu sorriso e todos eles me fazem falta. Muita.