sábado, 28 de fevereiro de 2009
Peregrinação
dispersei o meu ser no desprender das folhas
às suplicas do solstício. talvez assim também fosse
na essência dos verbos da noite. mas fui levado
para as terras inertes da lembrança cega.
não procurava as palavras revestidas.
e julguei-me perdido nas aparências das sombras.
por estas partes,
o desfiar do destino era ausente. assim, esperei
que as orlas enrugassem para me soltar, agora, no desconhecido
e reunir-me nas escarpas suspensas da luz.
foi o facho do farol da saudade que indicou o sentido.
a ânsia do regresso animou-me
e senti os lábios da esperança. até que, escorrido,
nos campos das framboesas laranjas,
o meu alvéolo finito se enxugou.
e, apesar de mortalmente ferido,
permaneço nas avenidas ocres do poente.
ressuscitarei.
uma e outra vez.
sim. ressuscitarei!
uma.
e outra vez.
pelo som da mão que molda os gestos da criação.
pela escrita da voz que forma as letras primevas do cosmos.
qualquer dia.
um dia!
Vicente Ferreira da Silva
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Magda,
ResponderEliminarobrigado.
humildemente!
Vicente
Uma Linda poesia,
ResponderEliminarMagda uma semana abençoada pra voce.
bjss
Gleidston.
Um poema muito bem escolhido, de um poeta com imensa qualidade!
ResponderEliminarBeijinhos