quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Um poema

Foto de Axel Bueckert


Por um rosto chego ao teu rosto,
noutro corpo sei o teu corpo.
Num autocarro, num café me pergunto
porque não falam o que vai
no seu silêncio aqueles cujo olhar
me fala da solidão.
Esqueço-me de mim. Tão quieto
pensando na sua pouca coragem, a minha
sempre adiada. Por um rosto
chegaria o teu rosto, mesmo de um convite
e desenha no ar o hábito
por que andou antes de saíres
do espaço à sua volta. Estás longe,
só assim podes pedir algumas horas
aos meus dias. Sem fixar a voz
a tua voz é uma corda, a minha
um fio a partir-se.

Hélder Moura Pereira

3 comentários:

  1. Brinda-nos aqui com um magnífico e significante poema. Bem haja pela partilha.
    Pérolas incandescentes de boas energias e carinho amigo.

    Eärwen

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  2. Brinda-nos aqui com um magnífico e significante poema. Bem haja pela partilha.
    Pérolas incandescentes de boas energias e carinho amigo.

    Eärwen

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  3. Dizem que é isto o amor! a totalidade no tudo e no vazio!
    [quase nao entendo!]

    Um beijo enternecido*

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Por falta de tempo nem sempre poderei retribuir a sua visita ao meu espaço, mas agradeço-a desde já.